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Escolha a boa parte! Escolha a Presença de Jesus!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Em tempos de muita correria e agitação, encontrar tempo para realizar todas as tarefas listadas na agenda particular da maioria das pessoas é algo muito difícil. Trabalho, afazeres domésticos, família, estudos, academia, lazer... ufa! São tantas coisas que sobram tarefas não cumpridas no final do dia. Muitos chegam a pensar que 24 horas é muito pouco para um dia. Contudo, tudo que Deus fez foi feito na medida certa. E a grande parte dos nossos problemas com o tempo está justamente na dificuldade que temos em saber definir as nossas prioridades.

Preenchemos nosso tempo com numerosas atividades e muitas vezes nos esquecemos da principal, a presença de Jesus, que é capaz de nos completar por inteiro e suprir todas as nossas necessidades. Há quem sequer disponibilize um tempo para Deus em sua agenda e há aqueles que, quando fazem isso, separam o menor período ou ainda, mesmo estando na Presença do Senhor, dividem-se entre mil coisas, mergulham em preocupações e não conseguem aproveitar o momento e nem se aprofundar, alcançando um maior nível de intimidade com o Senhor. Contudo, para a glória de Deus, existem aquelas pessoas que sabem fazer a escolha certa, desfrutam com sabedoria da companhia de Jesus e dedicam o melhor de si ao Senhor, mergulhando na Presença de Deus.

Ao escolhermos fazer algo ou estar em algum lugar automaticamente abrimos mão de fazer outra coisa ou estar em outro lugar. Não podemos mudar isso, porque não somos onipresentes como Deus e não podemos fazer tudo o que desejamos, afinal, graças a Deus, só Ele é Todo-Poderoso. Em Lucas 10: 38 a 42 está registrado um acontecimento que nos revela aspectos da vida de duas irmãs que tiveram a mesma oportunidade de receber Jesus em sua casa, porém o texto nos mostra dois comportamentos distintos, duas personalidades diferentes que tinham semelhanças, mas também diferenças que determinaram a forma como cada uma entrou para a história bíblica. Trata-se de Marta e Maria, irmãs de Lázaro. 

E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;
E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Marta, porém andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.
E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada
.


Que semelhança existia entre Marta e Maria? 

A partir da leitura bíblica, podemos compreender que a casa de Marta e Maria era um lugar onde Jesus gostava de estar, como se fosse um refúgio para o Senhor, ou seja, a Bíblia deixa claro que as duas receberam o Senhor e buscaram servi-lo de alguma forma. Como são irmãs, provavelmente receberam a mesma educação. Ambas eram solteiras, tinham talentos, depositavam sua fé em Jesus, reconheciam o seu poder e O serviam de alguma maneira, podendo ser vistas como verdadeiras amigas de Jesus. Tanto Marta quanto Maria podem ser consideradas discípulas amadas pelo Senhor (João 11:5).

Então, quais as diferenças existentes entre as duas irmãs?
                                                            
Marta

Agitada
Inquieta
Muito ocupada
Incomodada
Hospitaleira
Temperamento decidido
Facilidade em tomar iniciativas

Suas escolhas acertadas:

Escolheu receber Jesus em sua casa

Marta era uma mulher de muitas qualidades. Ela abria sua casa ao Senhor para servi-lO, era hospitaleira, tinha iniciativas, mas muito mais do que apenas servir, Marta precisava aprender a adorar ao Senhor com excelência. Tal atitude seria praticamente impossível caso Marta não abrisse mão de muitas de suas inquietações e preocupações.

Escolheu servir o Senhor 

A Bíblia relata que Marta estava incomodada pelo fato de sua irmã não a ajudar a servir (Lucas 10:40), o que indica que além de receber o Senhor em sua casa, ela tinha um coração servidor e estava ansiosa para servir a Jesus com serviços práticos. Marta era a anfitriã, provavelmente a irmã mais velha, responsável pelo lar e, como tal, devia se cobrar muito a respeito de suas tarefas diárias e numerosos serviços.

Escolheu depositar a sua confiança em Jesus 

Quando Lázaro faleceu, Marta parecia ansiar pela Presença de Jesus, pois reconhecia o seu poder. Ela saiu ao encontro de Jesus e reconheceu que Ele tinha poder sobre a morte, pois sabia que verdadeiramente estava falando com o Filho de Deus (João 11: 20 a 27).

Suas escolhas erradas:

Escolheu se preocupar

Apesar de também ser uma serva de Jesus, Marta precisava reconsiderar suas prioridades, afinal estava sobrecarregada e não encontrava tempo para o que realmente lhe era necessário. Ela precisava dedicar mais tempo ao Senhor, aprender mais sobre os seus ensinamentos para compreender melhor as situações e saber tomar suas decisões. Contudo, preferiu se preocupar com seus muitos serviços ao ponto de ser apontada como agitada e inquieta. 

Escolheu se dividir

Em vez de entregar tudo ao Senhor e se prostrar aos Seus pés, podemos dizer que Marta preferiu ouvir a voz de Jesus lá da cozinha ou de quaisquer outros cômodos pelos quais se dividia. Assim como Marta não deveria ter se escondido em algum lugar onde tentava resolver as coisas à sua própria maneira, não devemos nos isolar em qualquer que seja a área da nossa vida, mas, ao contrário, devemos entregar tudo a Ele e deixar que Ele direcione tudo.  

Escolheu criticar

Marta precisava entender o valor da atitude de Maria em vez de criticá-la (Lucas 10:40), da mesma forma que precisava aprender a discernir o que era mais importante em cada momento, como Maria sabia fazer. Marta ficou incomodada com o fato de Jesus não reclamar Maria, já que ela julgava ser errada a atitude de sua irmã. Com um temperamento agitado, Marta estava sempre a tomar iniciativas como essa.
É bom lembrar que na ocasião da morte de Lázaro, foi ela quem saiu ao encontro de Jesus (João 11:20) e primeiramente o culpou, mesmo que de forma indireta, lamentando o seu “atraso”. Embora tivesse fé, o que ela talvez não entendesse naquele momento era que Jesus sempre chega na hora certa. Indubitavelmente, Marta era uma mulher de iniciativas, que ousou confrontar o Senhor, mas infelizmente não ficou conhecida como aquela que soube aproveitar o melhor da Sua Presença.

Maria

Maria entrou para a história como exemplo de compromisso com o Senhor, alguém que soube adorar com excelência, que amou o Senhor com um amor extravagante, soube dar o melhor de si, escolheu a melhor parte, foi capaz de profetizar sem usar palavras por meio de gestos inesquecíveis. Em decorrência de suas sábias escolhas, Maria foi elogiada pelo seu Mestre, da qual foi aluna exemplar. Maria escolheu sempre estar aos pés de Jesus, ouvindo os seus ensinamentos e desfrutando da sua Presença. Vejamos alguns traços dessa personalidade: 

Compromisso
Dedicação
Devoção
Fome pela verdade
Compreensão espiritual
Capacidade firme de tomar decisões
Visão espiritual
Prontidão para agir em nome da fé
Mulher de poucas palavras
Sensibilidade
Humildade

Suas escolhas:

Escolheu estar aos pés de Jesus

Maria não esteve aos pés de Jesus apenas quando O recebeu em sua casa, mas também na ocasião da morte do seu irmão Lázaro (João 11:32). Depois, esta mulher ainda ungiu os pés do seu Mestre com bálsamo de nardo puro, mui precioso, e os enxugou com os seus cabelos (João 12:3). Estando aos pés de Jesus, Maria indicava por meio de um simples gesto o quanto O reconhecia como Rei, Mestre e Senhor ao mesmo tempo em que expressava seu grande amor e total dependência.  

Escolheu ouvir a Jesus e dar a Ele total atenção

Maria poderia ter seguido a mesma estratégia de Marta, que escolheu cuidar de seus afazeres domésticos quando tinha o privilégio de estar aos pés de Jesus, mas, em vez disso, Maria soube entender que aquele momento era precioso demais para ser desprezado. Ela soube identificar o valor daquela oportunidade de aprender com o seu Mestre, de ouvir os seus ensinamentos bem de pertinho em um momento de intimidade, quando Ele não estava cercado por multidões, mas estava ali assentado em sua casa. Maria soube discernir que a casa e os afazeres sempre estariam ali e não poderiam ser comparados àquele momento, do qual muitas outras pessoas, se compreendessem o seu valor, desejariam compartilhar.

Escolheu servir a Jesus com o melhor de si

A visita de Jesus talvez trouxesse preocupação e dúvida para muitas pessoas. Assim como Marta, talvez muitas se preocupassem com o que fazer para oferecer ao Senhor. Quem sabe um delicioso bolo, um inesquecível almoço, lanches para seu retorno? Entretanto, Maria não teve dúvida. Ela sabia que o melhor naquele momento seria servir ao Senhor com todo o seu ser, prostrando-se aos seus pés, ouvindo a sua palavra e estando disposta a fazer a sua vontade, pronta para atender a seus pedidos. Em vez de trazer algo em suas mãos para ofertar a seu Mestre, Maria parece ter ofertado a sua própria vida, colocando-se inteiramente aos pés de Jesus.

Escolheu adorar e honrar a Jesus com extravagância não só de coração e com o seu tempo, mas também com investimento

Ela poderia ter escolhido um perfume qualquer, mas escolheu o melhor perfume para ungir o Rei. Em João 12:3 lemos que Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de bálsamo de nardo puro. Na ocasião, Judas Iscariotes criticou a atitude, sugerindo que o perfume deveria ter sido vendido por trezentos denários e dado aos pobres (João 12:5), o que nos faz entender que o valor do perfume era equivalente ao salário anual de um trabalhador comum. Todavia, Maria soube discernir mais uma vez o que era prioridade naquele momento, a exemplo da própria resposta do Senhor: “porque os pobres, sempre tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” (João 12:8).
 Maria não hesitou em oferecer/sacrificar o melhor de si ao Senhor, numa atitude profética em reconhecimento ao único que entregaria sua própria vida para salvá-la. Ao derramar o melhor de si aos pés de Jesus, em seu íntimo, ela podia pensar que nem mesmo o melhor que ela tinha poderia ser comparado ao que Jesus faria por ela.
Sem dúvida, Maria atuou como uma profetiza e também representou a igreja, a noiva de Cristo, quando ungiu o Senhor. “Enquanto o rei está assentado à sua mesa, o meu nardo exala o seu perfume” (Cântico 1:12). O ato de sacrifício daquela mulher demonstrou o quanto ela amava o Senhor, assim como a igreja também deve amar o seu noivo e entregar a Ele o seu melhor. Com um gesto inesperado, que surpreendeu os que estavam presentes, Maria se antecipou ao sepultamento de Cristo (João 12:7), confirmando que não duvidava de seus ensinamentos e promessas e ao mesmo tempo profetizando que o maior sacrifício de todos os tempos estava prestes a acontecer. Diferente da atitude tomada por Pedro quanto tentou impedir a morte de Jesus (Mateus 16:23), Maria sabia que a morte do Mestre amado se fazia necessária e estava próxima. Ela havia prestado muita atenção nos ensinamentos de Jesus, cria em suas promessas e sabia que assim como a morte viria, da mesma forma Jesus seria ressuscitado. 

Escolheu olhar somente para Jesus

Ao enxugar os pés do Senhor com seus cabelos, Maria estava também registrando a sua necessidade de que o perfume do Senhor continuasse na sua vida, estava declarando sua total dependência do Senhor. Ela não somente queria se doar a Jesus, como O recebia como seu Senhor, O confessava publicamente como seu Salvador e publicava o seu desejo de eterna intimidade com Cristo. Ela queria a vida de Cristo em sua própria vida. Naquele momento, Maria rejeitava olhar para os que a criticavam, antes fixava o seu olhar no Mestre. Ela não temia a rejeição dos que estavam presentes, mas queria aproveitar aquele momento até o último segundo. Como mulher judia, solteira, com base nos costumes da sociedade, ela não deveria tomar aquela atitude, tocando um homem e expondo seus cabelos daquela forma. Porém, aquele não era apenas um homem, era e é o Senhor, digno de toda honra, glória e louvor. Com aquela atitude, Maria declarava que Jesus é o seu véu, é a sua cobertura, reina sobre a sua vida e é o seu redentor. Foi o sangue de Jesus que cobriu não só os pecados de Maria, mas também os de todos aqueles que O aceitam como Senhor e Salvador.  

Escolheu confiar no Senhor

Marcos acrescenta um detalhe à história dizendo que Maria derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus (Marcos 14:3), o que confirma que ela profetizava a vitória de Jesus, reconhecendo-O como Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Muitos dos que presenciaram aquele momento não souberam entender aquela atitude, mas Maria se tornou exemplo de como estar na Presença de Jesus é imprescindível para o crescimento espiritual.
Maria esteve na Presença do Senhor, aprendeu os seus ensinamentos, creu na sua palavra e, nos momentos em que precisou colocar a sua fé em prática, soube fazer as escolhas corretas e se deixar ser usada por Deus. “Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua” (Marcos14:9). Podemos concluir que enquanto Maria passava seu melhor tempo na Presença de Deus, Ele a preparava para ter o privilégio de ungir o Rei dos Reis.


Texto: Ana Oliveira
Imagem: http://cassiooliv.wordpress.com/2008/04/

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